Abanei a rigidez das mãos. Abanei a rigidez das mãos
esfaceladas. Sacudi como duas tábuas tentaculares as tentativas dos pedaços de
madeira, sem peso algum, mas com certa rigidez que eu abanei. A rigidez da mão
sangrando. Abanei a rigidez das mãos sangrando e os ombros também esguichavam
nervos mnemônicos de músculos adormecidos. Memória da cloaca muscular, não,
Memória da crosta muscular, não, Memória da couraça coroca que o que posso
dizer é abanar os dedos no desenho de um leque, manifestando certo desapego na
pulsão sacudindo as mãos.
Não posso dizer que saiba o que era aquilo que eu via
escorrer das minhas mãos que eu sacudia. Não posso dizer mais nada. Estou
ficando sem respostas. Chacoalho as últimas palavras esfaceladas pelo som que
elas fazem ao não procurarem encontrar mais nada. Até que aconteça alguma
emissão, alguma omissão ou alguma soma, ou alguma música que resuma o
esquecimento para que o corpo todo interprete. Interpenetre. Se do nada isso
não acontece faço minhas tentativas, minhas assertivas e minhas interrogativas,
sem saber o que enfrento sem tocar o chão com os pés da estrutura passional nos
diálogos que eu travo.
Não irei abana-las para que me refresquem aqui, ou para
que elas refresquem a você. O vento que não é refrescante dentro da ótica
ociosa do impossível inegável contra o qual travamos através de conceitos
coceiras e outros tipos de trocas prazerosas de carne aquecida evanescente.
Aquilo de que sumo escorra. Leque de possibilidades vocabulares incomunicáveis
representativos da dualidade aparente em emissões holotrópicas, epifânicas, e
de toda sorte de manifestações alfabético idiossincráticas.
Após ter contado todos os meus pertences em três caixas
encerrei aqui todo meu processo de contagem. A cortina da varanda balançou em
espiral, as pessoas no ponto de ônibus sacudiram em espiral, e minha platéia se
abriu em leque, em flor de pétala a cortina vermelha. Suor no peito rendado do
vestido bordô salgava a trama alambrada da poesia ralinha água com açúcar do
seriado entre as sendas das mais polêmicas dentre as novelescas. O assombro do
prenúncio de um caso de incêndio na família havia me tomado e me guiado
enquanto eu arrastava aquelas três caixas sem apetite nenhum que impusesse à
unhas cavacos de pele humana dentro da história não humana daquele e de todos
os prenúncios.
Ao apertar o botão dos prenúncios estou me referindo a uma
aparelhagem específica da natureza televisiva. Existe um olho aberto na
extremidade de cada um dos tentáculos que parece estar interessado nisso. É
alguma coisa que quando tocada eclode no seu próprio tegumento os elementos
fragmentários da natureza originária de onde ela foi expelida. Através da qual
minha ida e vinda é absorvida. De onde escorre espuma eclode esse curto
circuito e ecoam cascas de castanha postas em combate dando o tom e conduzindo
o ritmo.
O incômodo a respeito das caixas foi aumentando pouco a
pouco. Ficou evidente quando eu hipnotizei o taxista no caminho até a
rodoviária. A tendência impeditiva da negatividade, oriunda da interpretação
univitelina do incômodo parturiente do sofrimento, vem confundindo o andamento
dos meus números, de apresentação em apresentação, como se houvesse essa
divisão. O que incomoda na intencionalidade das figuras emissoras de sentido é
a humanização idiotamente idolátrica e ou iconoclasta, que deifica com o dedo
os culpados graves, os culpados agudos e os culpados medianos, sem assumir
responsabilidade alguma ou coroar o nome de nenhuma cor, de nenhuma forma, de
nenhuma capacidade afetiva.
Pelo encontro como figura de emissão vital que sobrepuja toda imposição retentiva dos binarismos acerca da recepção.
Pelo encontro como figura de emissão vital que sobrepuja toda imposição retentiva dos binarismos acerca da recepção.
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