VIDEOINSTALACIONES INCOMPLETAS
I.
O
clima é de descontração, ou qualquer outra distorção perversora e publicitária no jornalismo dessas empresas
de alcance nacional, é um clima de descontração. Até um desconstrutivista escutaria isso ao vê-lo se mover no vídeo,
rindo e se esforçando o tempo todo para sempre estabelecer o controle dos
distúrbios de atenção despertada. Então, dizendo o tempo todo “Começou”, ria como se estivesse em
serviço,
mas distraído
e comemorando a dispersão com um novo “Começou”, numa retomada duvidosa da seriedade. “Bom, começou”, etc. Era impossível que
com a repetição
dessas sugestões,
sempre acrescidas de uma informação nova em cada fragmento, não ocorresse um corte mais específico, para além da pele, mas na diferença das direções, para além de algo que estivesse acontecendo
enquanto alguém
pudesse não
estar mais prestando atenção.
II.
De
cabeça
baixa, em pé,
com a nuca olhando para cima, e sendo atingida por gotas geladas, e petrificações de parede fina
espatifando bem no pescoço, nas costas, nas pernas, chegando a atravessar os
tecidos sobre o corpo, com a noite da cor quente do corpo. E a noite impermeável
de gotas geladas na nuca é a cor quente do corpo. O peito umedece e a pélvis congela,
ou será que estamos de ponta cabeça? E até olhando para cima o vento estica os fios
elétricos como elásticos na mão dos postes. Os postes estão nas mãos de quem? Os postes são muito concretos. Nem tudo está nas mãos das árvores ou daquelas outras árvores ou daquela outra árvore ali. As árvores doendo dentro e fora da terra
também são
coisas muito concretas. As árvores de alta tensão emitem sinais wireless.