APARIÇÃO
DA REPETIÇÃO
O
corpo de sondas e sendas no chão sem firmamento
pensa
derramando ramalhetes de raios.
E
quando apela ao crime desorganizado da arte
faz
sombra de sexo no centro das costas.
As
suas interrupções são os seus acontecimentos,
Levanta
o braço e mostra o gesto cravado na faca.
E
repete aquele gesto cravado na faca.
PRIMEIRA
APARIÇÃO
Ela é
uma mandala de pétalas.
Um
arranjo floral de formas,
Em dobras,
a inocência de rugas.
Pendurado
na ponta imperfeita
Dos
galhos mais finos e lisos,
E conduzida
pelos pedais de vento.
Insetos
de fumaça nas unhas humanas
Agarram
com ferrões de açúcar a xícara.
O dia
estava alado com noites
Desde
os primeiros minutos.
E ali
estavam os seus músculos
De
líquido anímico e zês vazios.
Mas
qual era o plural de zê?
Levanta
os braços e mostra o gesto.
E
repete aquele gesto cravado na faca.
SEGUNDA
APARIÇÃO
Ele
chora contabilizando ocorrências
Ele
estava organizando uma linha
Nessa
semana começou algumas coisas novas
Como
congelar uvas e manipular repelentes.
Ao olhar
o retrato dos novos ídolos
Todos
já eram cadáveres
Chapas
de radiografia
Fóssil
retratos sorrindo
Nas
sacadas do fim do mundo.
CONSTRUÇÃO
DA APARIÇÃO
Aquele
corpo repete o gesto
E
levanta poeira cravada na faca.
Levanta
o braço e mostra o gesto,
E
completa a cerca elétrica ao redor.
E a
primeira história daquele período
Arranca
uma desilusão com a faca,
Deixando
uma abertura no espelho:
Espinhos
sem foco costurando nitidez.
Levanta
os braços e mostra o gesto.
E
repete aquele gesto cravado na faca.
(Abril, 2015)