Mas
isso não vem ao acaso.
terça-feira, 30 de junho de 2015
Mas isso não vem ao acaso II
Mas isso não vem ao acaso I
![]() |
Foto - Carlos Félix Performance "Orquídea e Vasilisa", Outro Núcleo de Espetacularidades, Curitiba, 2015 |
Uma
atriz estava gritando entre o final da encenação para escandir a rouquidão e o
final da realidade. Lembrou que nem papagaio eu soltava porque não tinha linha
para falar. Lembrou que eu já fui passarinho quando tinha um par de aspas.
Mas
isso não vem ao acaso.
terça-feira, 23 de junho de 2015
Sem a óbvia palavra tem
![]() |
"The Apppointments of Dennis Jennings" - UK filmed comedy from the late 1980s |
Os raros
da manhã eram raios
Atravessaram
teu corpo agora pouco
Do centro
com cuidado aqueceu as cascas
Penetrando
quando espatifou sem broto
Acorda
de sonho mole dentro da saia
Do
braço direito ao peito as cores das veias
Do braço
esquerdo eu tenho a forma das veias
E em
todo corpo tua pele é gato sem cauda
Circula
entre os músculos sem a palavra óbvia
Se a íris
da mão rala de giz pisca é coceira
Quando
ela não sobe mais degraus é conceito
Dá um
passo e desaba igual silêncio no palco
O
camarim era colorido, o resto cinza, branco, preto
Em repouso
os olhos se abriram um momento
E fecharam
as aspas ao herói de pranto lento
Dos
braços enfiava corpo nos buracos da parede
Sem a
palavra óbvia onde a música alcançasse.
sábado, 6 de junho de 2015
Trem Vagar
Ao
ver um trem vagar debaixo d’água eu percebi que o trem vagar seria uma estação
inteira com os olhos de cabra verde. Eu disse essas palavras se por acaso eu me
esquecesse da noite de nascimento do fantasma da cidade de nascimento. Se o
sopro de meus anos não anunciasse a enfim enfiada cara no bolo, ao ver o trem
vagar na cobertura do bolo, eu teria visto alguma outra coisa escrita ali. A sabotagem
de nascimento acenando a despedida de sentido no trem vagar ao curso daquelas
noites, no trem vagar de explosão impossível, sempre naufragado na adoção daquela
estação humana.
Assinar:
Postagens (Atom)