Quando estarei sozinho no quarto, não o meu quarto nem o seu, que tipo de ajuste arquivista farei para me distrair com a incompletude das entranhas
Quando eu
vou ser a noite temperada, beijando onde as brisas dormem e doem ao barulho de
chuva nos seus lábios
Quando
atravesso a cidade chuvosa o vento sente sede, arrastando sons de folhas secas e
fios descascados de uma antiga telefonia
Quando as
tormentas serão a fumaça que arrepia os pulmões, além de fotografias saudosistas
inconvenientes, com penteados estilo espelhos funerários
Quando
vamos conhecer o litoral dos seus sonhos, onde tudo acorda próximo da morte ou da
impressão dançante de uma euforia nos seios
Quando eu
encontrar partes de pedra no meu corpo arrancarei punhais dali, ao longo de uma
infinidade de unidades de medida adotadas em casos sísmicos
Quando
essas perguntas fortalecem o pulso da submissão nos limites da deusa pálpebra
ainda chorarei acessando as mesmas memórias, cheio de cegueira
Quando
você entrou por uma passagem secreta que ainda não tinha sido inventada, onde
crianças perdem os órgãos e agora brincávamos de não nascer
?
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